Zona Franca de Manaus

Em fevereiro de 1967, através de um Decreto-Lei  assinado pelo então Presidente Castelo Branco, foi criada a Zona Franca de Manaus que estabelecia incentivos fiscais a toda a Amazônia Ocidental (Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima), dotando a região de condições que permitissem o seu desenvolvimento e a sua segurança, em razão do isolamento econômico a que ficou relegada ao fim do ciclo da borracha e, também, por ser uma das regiões mais cobiçadas do mundo.
Em agosto do mesmo ano  foi criada a Superintendência da Zona Franca de Manaus – SUFRAMA, órgão do governo federal encarregado da administração dos incentivos fiscais da Zona Franca, com patrimônio próprio, e autonomia administrativa e financeira. A área de abrangência da Zona Franca, em Manaus, foi estabelecida em 10.000 km², com um Distrito Industrial e um Distrito Agropecuário, constituindo uma zona de livre comércio, zona industrial e zona agropecuária que oferece isenção ou redução de impostos e taxas alfandegárias e de outros custos sobre a entrada e saída de matéria-prima e produto acabado, criando condições de igualdade com outros centros econômicos do país, de forma a atrair novos investimentos.
Nos primeiros anos a Zona Franca de Manaus tornou-se um grande shopping center para os brasileiros de todas as regiões, já que havia restrições às viagens de brasileiros ao exterior e as pessoas encontravam em Manaus as novidades importadas do primeiro mundo e que ainda não estavam disponíveis no mercado interno. Por conta dessa corrida às compras a cidade teve uma explosão em todas as atividades, principalmente na comercial e, segundo dados da Junta Comercial do Amazonas, só em 1967 foram registradas 1.339 novas empresas.
Naquela época não havia limites para as importações, com restrições apenas para armas e munições, fumo, bebidas alcoólicas, automóveis de passeio e perfumes, cuja importação só poderia ser feita mediante o pagamento de todos os impostos. Mas a partir de 1976 o Governo Federal fixou uma quota de bagagem para os passageiros que saíam da ZFM, e os turistas brasileiros, que vinham somente para fazer compras, aos poucos foram esquecendo Manaus, já que a sua lucratividade fora reduzida também pelos altos custos com passagens aéreas e hospedagem.
No final da década de 1970 vieram a total liberação das viagens de brasileiros ao exterior e a permissão para entrada no Brasil de bagagem procedente do exterior, até cem dólares, sem qualquer imposto. A partir de 1990 a abertura econômica e a liberalização das importações reduziu ainda mais o atrativo comercial de Manaus e o turismo, que até então era predominantemente doméstico, voltou-se para a natureza da região, atraindo mais os visitantes estrangeiros, em busca de pescarias e passeios pela fabulosa Bacia Amazônica.
Os primeiros projetos industriais começaram a se implantar em 1972 e hoje compõem o Polo Industrial de Manaus (PIM), com mais de 450 fábricas de grande, médio e pequeno porte, com faturamento anual de 18,9 bilhões de dólares e exportações superiores a 2,2 bilhões de dólares (ano 2005), que fazem a maior quantidade da produção brasileira de televisores e monitores para PC, inclusive de LCD e plasma, cinescópios, telefones celulares, aparelhos de som, DVD players, relógios de pulso, aparelhos de ar condicionado, bicicletas e motocicletas, e outros, oferecendo mais de 100 mil postos de trabalho. Ao todo são aproximadamente 500 mil empregos diretos e indiretos. A Constituição Federal de 1988 previa a manutenção dos incentivos fiscais da Zona Franca de Manaus até o ano de 2013, mas a Emenda Constitucional nº. 42, de 19 de dezembro de 2003, estabeleceu a sua prorrogação até o ano de 2023.
Em 1967, quando a Zona Franca foi instalada, Manaus era uma cidade pacata, com não mais que 300.000 habitantes, mas a partir daí teve seu crescimento acelerado e em 2005 chegou a mais de 1,6 milhão de habitantes.