Primeiro satélite brasileiro completa a maioridade (matéria publicada no Jornal O Dia 13/02/2011)

Equipamento retransmite previsão do tempo e monitora as bacias hidrográficas

O primeiro satélite brasileiro a entrar em órbita, o SCD-1, completou 18 anos no espaço na semana passada. Desde que foi lançado, em 1993, o satélite já deu 94.994 voltas completas ao redor do Planeta Terra. O equipamento — desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas  Espaciais (Inpe) — tem a função de retransmitir informações sobre previsão do tempo e monitoramento das bacias hidrográficas.

Além disso, o SCD-1 é responsável pelo lançamento do programa Sistema de Coleta de Dados Brasileiro, agora chamado de Sistema Nacional de Dados Ambientais (Sinda). O sistema, segundo o Inpe, reúne informações ambientais recebidas de um grande número de plataformas de coleta de dados espalhadas pelo Brasil.

Essas informações são utilizadas por instituições governamentais e do setor privado que desenvolvem aplicações e pesquisas em diferentes áreas, como meteorologia, estudo da química atmosférica e controle da poluição e avaliação do potencial de energias renováveis.

Atualmente, o SCD-1 capta os sinais das plataformas de coleta de dados do País e os envia para a estação de recepção e processamento do Inpe em Cuiabá (MT). Depois os dados são transmitidos para o Inpe Nordeste, em Natal (RN). Lá, os dados são processados e distribuídos pela Internet. Além do SCD-1, o Sinda conta com o SCD-2, lançado em 1998, e outros satélites construídos em parceria com outros países, como a China.

LICITAÇÃO ESPACIAL

Não é só de Sinda que vive o espaço. Na semana passada, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) anunciou que vai promover, até o meio do ano, uma licitação para destinar quatro áreas no espaço para a exploração de satélites de telecomunicações.

As empresas que vencerem a licitação poderão utilizar os satélites para oferecer serviços de telefonia, televisão e transmissão de dados, inclusive na área rural. O lance mínimo de cada espaço na órbita terrestre será de R$ 4 milhões, e o prazo de exploração será de 15 anos, prorrogável uma vez.