O governo do Japão admitiu nesta terça-feira que estava despreparado para enfrentar o grave acidente nuclear na usina de Fukushima, ocorrido após o terremoto seguido de tsunami de 11 de março deste ano.
As autoridades japonesas reconheceram que um trabalho de vistoria mal feito pode ter contribuído para a maior crise nuclear mundial já enfrentada desde o acidente de Chernobyl, na atual Ucrânia, há 25 anos.
As conclusões constam de um relatório recém-divulgado pelo governo japonês que mostra que as autoridades do país dobraram a estimativa de radiação gerada pela usina de Fukushima uma semana depois do tremor e tsunami.
No documento de 750 páginas, as autoridades japonesas dizem que, ''tendo em vista as lições aprendidas com o acidente, o Japão reconhece que uma revisão fundamental de suas medidas de segurança e resposta diante de um acidente nuclear é inevitável'', diz o relatório.
O documento, que será enviado à Agência Internacional de Energia Atômica, recomenda ainda que o Japão promova um debate nacional a respeito da energia nuclear no país e que o órgão regulador nuclear do Japão, que tem recebido fortes críticas, ganhe maior independência.
O primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, disse que ser transparente a respeito do que se passou em Fukushima é fundamental para resgatar a confiança dos japoneses no próprio país.